Recordar é viver- parte 1

Boa tarde, queridos amigos, tudo bom?
Desde a primeira postagem eu disse que a Novela Viver a Vida da Globo é que me motivou a escrever aqui, a expor minha vida e dividi-la com outras pessoas, a fim de criar uma maior conscientização e mobilização.
Então, como o Fabrício comentou na postagem anterior, a novela ontem mostrou o tal carro adaptado a que me referi na mensagem anterior. Contudo, a Luciana ganhou o carro do pai, que o comprou e adaptou. O custo disso gira em torno de 30 mil reais. Quantas pessoas podem ter um carro desses?Até mesmo eu, que pertenço a uma classe média, se, comparada a renda média brasileira, nunca pude fazer tal aquisição. É triste pensar que precisamos de dinheiro para fazer as coisas.Isso demonstra que, em nossa sociedade, o que realmente exclui não é ser deficiente, negro, homossexual, ou qualquer outra coisa. O que exclui a sociedade mesmo é o DINHEIRO, ou melhor, a falta dele, concordam?É uma realidade imperdoável, mas verdadeira.
E é tendo essa noção que a novela hoje mostrará a personagem Luciana passeando com a irmã Mia de ônibus!!!!!!!!!!Será imperdível.....
Ao assistir o capítulo de ontem, quando as irmãs tentavam convencer a mãe sobre a importância do passeio de ônibus, me recordei de um momento inesquecível em minha vida: meu primeiro passeio na rua!!!!!Foi assim:
Em um dia, bem no início do curso de Direito,no segundo semestre de 2003, eu e minha amiga Alê decidimos fazer uma visita a um professor querido de Literatura (o famoso José Emílio. Ainda falarei muito dele aqui) que na época dava aula no Anglo Tamandaré.Sairiamos do Mackenzie de carro. Todavia, o pai da Alê precisou do carro e nosso passeio miou.Rs... Não me conformando com a situação (odeio frustrações.Rs..) eu sismei que eu e a Alê deveríamos ir de metrô. Claro que "nossa aventura" não deu certo. Nem mesmo a Alê quis tentar porque eu nunca tinha andado de metrô e nem ela tinha acompanhado um cadeirante!Rs...
Ao invés do passeio de metrô, a Alê propôs que fôssemos pelas ruas até o Shopping Higienópolis. Só que eu nunca tinha andado pelas ruas antes, pois,nessa época eu ainda morava no Tatuapé e lá só andava de carro. Nem mesmo almoçar no restaurante em frente a escola eu podia ir. Logo, essa proposta já era uma aventura, sem precisar pegar o metrô.Rs... O resultado foi que, após umas duas voltas pelo quarteirão do Mack, nós desistimos do Shopping e trocamos toda essa loucura por um suco na deliciosa praça de alimentação da nossa Faculdade.
Mesmo não tendo êxito em nenhum de meus objetivos desse dia, ele é inesquecível para mim. Foi marcante pela iniciativa, pela constatação das dificuldades, por me apresentar certas impotências humanas, pelo aprendizado de que a vida não é como a gente quer, porém, nem por isso, ela é ruim. Às vezes, se tudo fosse como desejássemos não teria tanta graça. Será que se eu tivesse ido até o Anglo de carro com a Alê teria uma recordação tão maravilhosa, para toda a vida? Teria essa experiência para compartilhar? Acredito que não.
Esse dia foi um marco para nossa amizade. Eu percebi o quanto ela é companheira, o quanto está comigo pra o que der e vier. Durante todos esses anos fomos grandes amigas e fizemos muitas outras loucuras inesquecíveis. Prometo contar tudo, mas não hoje.
Cada capítulo do "recordar é viver" trará alguma aventura minha, com algum amigo ou familiar. Hoje falei da 1ª volta por Higienópolis com minha amiga Alessandra Rotondi - a Alê. Essa foi a minha 1ª de muitas e deliciosas voltas por este bairro que adoro tanto.
Alê, você sabe o quanto gosto de você. O quanto você me ensinou e ensina a me valorizar e o quanto nos divertimos juntas. Obrigada por este dia especial e por nossa amizade sincera, verdadeira e certamente para toda a vida!!!!!! Receba um grande abraço e um beijão da Tchellinha!!!!!!!